Orquídea PSYCHOPSIS PAPILIO
Psychopsis é um género botânico pertencente à família das
orquídeas (Orchidaceae). Foi proposto por Rafinesque em Flora Telluriana 4: 40,
em 1838. A espécie tipo do gênero é a Psychopsis papilio (Lindley) H.G.Jones,
que Rafinesque redescreveu de forma supérflua como Psychopsis picta, uma vez
que John Lindley já a havia descrito anteriormente como Oncidium papilio. O
nome deste gênero refere-se à semelhança de suas flores com borboletas.
Psychopsis, junto com Psychopsiella, formavam a seção
Glanduligera de Oncidium. Em 1838 Rafinesque propôs o gênero Psychopsis para
abrigar o Oncidium papilio que acabara de ser descrito por Lindley, mas esse
gênero não foi inteiramente aceito. Em 1903 Kuntze reduziu-o a uma seção de
´´Oncidium]], e sua utilização permaneceu restrita por muitos anos. Em 1982,
Lückel e Braem propuseram não só que se revalidasse o antigo gênero de
Rafinesque como também a criação de um novo gênero para abrigar o pequeno
Oncidium limminghei, Psychopsiella.
Seguindo a tendência recente de se revisar toda a taxonomia
dos seres vivos segundo critérios filogenéticos a comprovação dessas espécies
como gênero à parte de Oncidium é confirmada, situando-se em um dos primeiros
grupos a derivarem de Oncidium, formado pelos dois gêneros e ainda por
Trichopilia. No entanto se propõe a subordinação de Psychopsiella a Psychopsis,
o que para muitos parece desnecessário. Por enquanto aqui mantemos estes
gêneros em separado.
Trata-se de gênero com quatro ou cinco robustas espécies
epífitas, de crescimento cespitoso, que existem do sul da América Central ao
norte da floresta Amazônica.
Quanto às espécies encontradas no Brasil, as informações que
existem são vagas. Seguramente, pelo menos uma das espécies existe. Por muitos
anos se disse que haveria Psychopsis papilio na Amazônia, entretanto não há
qualquer referência de coleta comprovada. É possível que esta informação tenha
sido ocasionada por alguma confusão inicial na identificação da espécie
encontrada. Recentemente Joacy de Freitas Luz, no boletim Orquídeas, apresenta
fotos de local de coleta de Psychopsis sanderae próximo de Pacaraima, em
Roraima. Por outro lado, conferindo as fotos apresentadas em seu livro
verifi-se que na realidade trata-se da espécie Psychopsis versteegiana, muito
parecida com a outra. Como provavelmente trata-se da foto da planta encontrada,
possivelmente a ocorrência no Brasil deveria ser alterada para esta espécie e
não Psychopsis sanderae. É provável que outras existam no Brasil. Por hora
mantemos apenas a referência de Psychopsis versteegiana.

A semelhança entre Psychopsis e Psychopsiella é bastante
clara, ambos apresentam folhas de verde escuro maculadas de castanho, em ambos
a inflorescência é longa com apenas uma flor, eventualmente duas ou mais em
sequência, de formatos e cores parecidos, entretanto Psychopsiella é em tudo
muito menor. Dentre outras diferenças, os pseudobulbos são pequenos e
cordiformes, e não ovalados e grandes; e suas flores apresentam sépalas e
pétalas curtas largas e todas semelhantes, muito diferentes de Psychopsis onde
são extremamente longas e estreitas, mas com as sépalas dorsais largas e
franjadas.
Adicionalmente, Psychopsis caracteriza-se por apresentar
rizoma reptante curto, com robustos pseudobulbos unifoliados, agregados, como
já mencionamos, de formato ovalado, lateralmente comprimidos, levemente
enrugados quando velhos. As folhas são coriáceas, elípticas, alongadas espessas
porém flexíveis belamente maculadas de verde escuro e castanho. A inflorescência
nasce da base dos pseudobulbos, é longa, ereta ou arqueada, com brácteas
espaçadas, como em Phalaenopsis permanecendo ativa durante diversos anos,
florescendo sempre na extremidade, mais de uma vez por ano. Comporta apenas uma
flor por vez, mas diversas em sequência.
As flores são bastante grandes, com sépala dorsal e pétalas
semelhantes, muito longas e estreitas, eretas quase como se fossem antenas, de
base muito atenuada, levemente alargadas e ovaladas no terço final, amareladas
maculadas de castanho alaranjado, as sépalas laterais muito mais largas que a
dorsal, falcadas e com margens onduladas ou intensamente franjadas, muito
coloridas, de amarelo pintalgado ou maculado de castanho avermelhado. O labelo
é trilobado, com margens bastante franjadas, os lobos laterais
oblongo-arredondados, e o mediano contraído em istmo, o calo, bastante
complexo, situa-se entre os lobos laterais. A coluna apresenta antenas
laterais, grandes asas laceradas ou não, e antera terminal com duas polínias
obovadas.
Fonte: wikipédia